A mente esconde-nos o prazer. Algo intenso demonstra-o. Perdes a noção da tua liberdade, de ti mesmo e de tudo. Começas a entrar num estado de transe, num êxtase infinito no qual sentes tudo abertamente com todos os sentidos e mais algum e até mesmo com a alma. Sentes um aperto progressivo, um ardor estranho a tomar conta de ti. Moves-te com estranha altivez perante os outros, apenas por dominares a tua mente. No fundo, pensas que te dominas totalmente e gostas. Mas enganas-te. Enganas-te porque os sentimentos te dominam, te inferiorizam e te tornam e tratam como escravo. Tu mereces, mas isto não é mau. Ser escravo dos sentidos e dos sentimentos é bom. Bom como a chuva que cai e alegra até o dia mais cinzento, bom como quando sentes a felicidade de seres correspondido a um sentimento que tenhas. Lamentas o dia em que achaste que nada seria melhor, lamentas os dias em que achaste que nada estava certo, que não querias a vida que levas e até os dias em que te sentias mal contigo próprio. Dás por ti a pensar no passado e a imaginar o futuro. Ficas em estado de choque e "acordas".. Tudo não passou de um sonho, estás aqui e não dominas absolutamente nada. Nem a ti próprio te consegues enganar, sofres por tudo não passar de uma mentira que contaste a ti próprio para disfarçar a dura realidade. Relembras aqueles momentos prazerosos e aqueles sentimentos intensos que não dominaste mas aconteceram. Chegas a conclusão que não dominas os sentimentos e choras. Sentes uma estranha presença ao teu redor. O teu coração bate rapidamente... Sentes algo inexplicável e faleces mentalmente. Nada se passa na tua cabeça. É um processo demorado, mas finalmente "acordas". Tens uma oportunidade, apesar de ilusória. Nada aconteceu, mas a tua mente acaba por te elucidar e mentir-te. E acabas por acreditar. Acreditas que o melhor momento da tua vida acabou de passar e não o aproveitaste ao máximo.