quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ambiciono algo que poderei nunca mais ter, algo que poderei nunca mais tocar, algo que poderei nunca mais sentir. Não me interessa ser a melhor, mas sim das melhores. Não me interessa ser a maior, mas sim das maiores. Não me interessa para nada ser ou deixar de ser isto ou aquilo, porque possivelmente existe alguém melhor que eu. Será? Será que existirá alguém suficientemente melhor que eu, alguém mais como eu, alguém mais... Eu?! É perfeitamente impossível, nesta mentalidade à qual me prendo. Sou a mais isto, a mais aquilo, a mais o outro. Mas na minha cabeça apenas. E sinto-me feliz ao viver nesta ignorância febril, nesta mente tão retrógada que me é imposta pela minha condição e pelo meu feitio. É impossível mudar, nunca conheci ninguém que mudasse por mim, ou que pelo menos tentasse fazê-lo, portanto... Talvez nunca o farei. Vou ficar presa à mente que me é imposta por natureza, à mente que sempre tive e que me obriga a ser sempre fiel a mim mesma e não a mais nada. Olho-me ao espelho e penso com toda a naturalidade, vejo alguém reflectido lá. Mas sou eu? Serei eu? Posso ser outra coisa presa nesta forma? Posso ser outra pessoa presa neste corpo? Por favor, sim: Tirem-me daqui para fora!

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